FLACOURTIACEAE

Xylosma glaberrima Sleumer

VU

EOO:

522.412,418 Km2

AOO:

120,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: ESPÍRITO SANTO, municípios de Fundão (Kollmann 555) e Santa Teresa (Bausen 108); MATO GROSSO DO SUL, município de Anaurilândia (Amaral 275); PARANÁ, município de Jaguariaíva (Dusén 17277); RIO DE JANEIRO, municípios de Itaperuna (Marquete 3497), Niterói (Saavedra 322), Nova Friburgo (Guedes s/n), Rio de Janeiro (Araújo 1745), Saquarema (Lima 7471) e Silva Jardim (Pessoa 798); SANTA CATARINA, municípios de Armazém (Verdi 4243) e São Bento do Sul (Meyer 40); SÃO PAULO, municípios de Bananal (Polisel 735), Bertioga (Handro 867), Cananéia (Barros 945), Iguape (Pirani 822), Mairiporã (Delbel 10), São Miguel Arcanjo (Moraes 105), São Paulo (Garcia 421) e Ubatuba (Ribeiro 412).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvores 10 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila e Vegetação de Restinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por resedá, açucará-manso, espinho-de-judeu, sucurá, camélia-do-mato, assucará (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), foi coletada nos estados do Espírito Santo, municípios de Fundão e Santa Teresa; Rio de Janeiro, municípios de Itaperuna, Niterói, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Saquarema e Silva Jardim; São Paulo, municípios de Bananal, Bertioga, Cananéia, Iguape, Mairiporã, São Miguel Arcanjo, São Paulo e Ubatuba; e Santa Catarina, nos municípios de Armazém e São Bento do Sul. Também possui coletas isoladas nos estados do Paraná, no município de Jaguariaíva; e do Mato Grosso do Sul, no município de Anaurilândia. Apresenta AOO= 120 km² e está sujeita a 9 situações de ameaça. O desmatamento e a expansão urbana, especialmente associadas ao turismo nas Restingas (Hay et al., 1981; Simões e Lino, 2003; Rocha et al., 2007; Carvalho, 2018; Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e de subpopulações. A espécie foi considerada “Quase ameaçada” (NT) em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014), com base na distribuição da espécie e declínio continuo inferido. A revisão de coleção alterou os parâmetros de distribuição da espécie, porém não foram ultrapassados os limiares de risco da categoria VU. Dois dos estados de ocorrência da espécie (Paraná e Santa Catarina), foram reportados entre os cinco estados que ainda não conseguiram sustentar o compromisso de desmatamento zero para o Bioma Mata Atlântica, apresentando taxas de desmatamento inaceitáveis, acima de 1000 ha no período de 2017-2018 (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Portanto, a espécie passa a ser avaliada como “Vulnerável” (VU), em razão de distribuição restrita associada a declínio contínuo, por causas não cessadas. A espécie ocorre em onze Unidades de Conservação de proteção integral e não foram encontrados dados populacionais mais recentes. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (tamanho e tendências populacionais), monitoramento das populações encontradas mais recentemente e ações de conservação (programas de conservação ex situ).

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 9
Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 e consta como "Quase Ameaçada" (NT) no Livro Vermelho da Flora do Brasil (Martinelli e Moraes, 2013), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora Neotropica, Monograph 22: 175–176. 1980. A espécie é conhecida vulgarmente pelos nomes Resedá, Açucará manso, Espinho de judeu, sucurá, camélia do mato, assucará (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Vegetação de Restinga
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 3.5 Subtropical/Tropical Dry Shrubland
Detalhes: Espécie arbórea ou arbustiva alcançando até 10 m de altura (Klein & Sleumer, 1984), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), e na Restinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Klein, R.M. Sleumer, H.O. Reitz, R. 1984 Flacourtiáceas. Itajaí, SC: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal; Herbário Barbosa Rodrigues, 96 p.
  2. Salicaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14395>. Acesso em: 01 Jul. 2019

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Seguem os dados de desmatamento entre 2017 e 2018 para os estados de ocorrência da espécie: Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), São Paulo (96 ha) Mato Grosso do Sul (140 ha), Paraná (2.049 ha), Santa Catarina (905 ha). O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018)

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
Deficiente de dados (DD). Lista vermelha IUCN (2011).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na APA SISTEMA CANTAREIRA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE CANANÉIA-IGUAPÉ-PERUÍBE (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MACAÉ DE CIMA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO PICO DO GOIAPABA-AÇU (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL RAPOSO (US), ESTAÇÃO ECOLÓGICA BANANAL (PI), ESTAÇÃO ECOLÓGICA JURÉIA-ITATINS (PI), PARQUE ESTADUAL ALBERTO LÖFGREN (PI), PARQUE ESTADUAL CARLOS BOTELHO (PI), PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA (PI), PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO CARDOSO (PI), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA (PI), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR (PI), PARQUE NACIONAL DA TIJUCA (PI), PARQUE NATURAL MUNICIPAL GOIAPABA-AÇU (PI) e RESERVA BIOLÓGICA DE POÇO DAS ANTAS (PI).
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Paraná - TER19, Território São Paulo - TER20, Espírito Santo - TER33, Território Rio de Janeiro - TER32.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.